sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Café Controverso

Neste sábado, dia 11 de agosto, o Café Controverso do Espaço TIM UFMG do Conhecimento debate um tema polêmico: “qual é a melhor forma de parto”? A questão será analisada por dois especialistas: João Batista Marinho, obstetra e diretor clínico do Hospital Sofia Feldman, e Antônio Carlos Vieira Cabral, professor titular do Departamento de Obstetrícia da UFMG. O evento é aberto ao público e acontece, às 11h, no café do espaço, no Circuito Cultural Praça da Liberdade. A entrada é franca.

Segundo João Batista, a gravidez é estigmatizada por muitos como uma enfermidade, um estado anormal. “Existe um pensamento arraigado de que o parto é problema. Por isso, ele é frequentemente encarado como um procedimento cirúrgico”, explica. Entretanto, certas intervenções ao corpo feminino geram descontentamento entre mulheres e homens, que clamam por mais assistência e cuidados nessa hora. A humanização do parto, conta o obstetra, “é uma valorização do protagonismo da mulher, que favorece o processo de fisiologia natural, como no passado, porém mantendo a segurança já adquirida com os avanços da medicina”. Nesse sentido, ele defende que se deve fazer do hospital um local mais aconchegante e parecido ao ambiente doméstico, onde a gestante tenha liberdade de circulação e posição, e possa contar com o acompanhamento de pessoas capazes de oferecer apoio, como indivíduos da família ou doulas, que dão suporte à gestante antes, durante e depois do parto.

A questão sobre qual profissional estaria capacitado para conduzir o parto é polêmica. Segundo o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, ela é uma exclusividade do médico e não se admite a presença de qualquer outro especialista na execução do trabalho. Contudo, a posição não é consensual. No Hospital Sofia Feldman e no Hospital Risoleta Neves (UFMG), em Belo Horizonte, por exemplo, o modelo é colaborativo e os partos são realizados também por enfermeiras obstetras.

João Batista Marinho e Antônio Carlos Vieira Cabral concordam que pode haver interesses econômicos e de classe em tamanha resistência pelo monopólio. “Quando começam a discutir outros modelos, com outros atores participantes, grupos se sentem afetados”, comenta João. E complementa: “a medicina não deve ser encarada como uma atividade mercantil; médicos são prestadores de serviço da sociedade”. 

Antônio Carlos defende que a melhor forma de parto é circunstancial à situação da gestante. “De acordo com o perfil da gravidez, procedimentos diferentes podem ser adotados. Na Obstetrícia da UFMG, o Hospital das Clínicas opera partos de alto risco e é muito mais medicalizado, ao passo que o Hospital Risoleta Neves realiza menos intervenções médicas, por lidar com casos que apresentam um quadro clínico habitual. Ou seja, a mesma instituição, com os mesmos profissionais, desenvolve dois modelos”, conta. Em partos de alto risco, a questão da humanização fica em segundo plano: “a preocupação é mobilizada em outro sentido e o que mais preocupa é o resultado, isto é, a possibilidade de sobrevida ou não do filho”. Para o professor, o importante é que ambos resultem em criança e mãe sadias. “Há diversos modelos assistenciais possíveis. É preciso conciliar os interesses da mãe, da criança e do médico, a fim de que haja harmonia entre as partes”, argumenta Antônio Carlos.

Para alimentar e dar prosseguimento a essa discussão, o Café Controverso convida o público a participar do debate, compartilhando suas próprias questões, experiências e opiniões. Afinal, o parto é um acontecimento biológico importante, carregado de implicações e signific

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