sexta-feira, 20 de maio de 2011

DEI A LUZ!

(Foto: Kalu Brum)





Sou mãe

isto me aproxima de Deus

Sou criador e criatura

Meu útero palpita

no útero da terra.

Fecundei. Gestei. Pari.

Animalesca, humana

sagradamente.

Tudo parece o mesmo

mas tudo é diverso

no meu modo de ver

e sentir

jeito mais maduro

fruta madura

que breve transmuta

fruta em plenitude

de sabor cheiro e cor

fruta que alimenta ou fecunda

em adubo.

So calma como vaca de peito cheio,

tenho nas ancas,

o sossego das matronas.

Dei a luz!

A luz!!!

Uma mulher que governasse com o útero

jamais faria a guerra.


Essa poesia eu fiz quando tive o meu primeiro filho, Iago, hoje com 25 anos. Senti mesmo uma saciedade física, no útero. Meu corpo era outro. Minha percepção era outra. Quando ele nasceu, estourou uma guerra na Líbia - 1986. Aí, percebi: mulher não faz guerra, guerra é coisa de homem. Como fazer guerra com barriga, dando mamá, parindo crianças? Margareth Tratcher era mulher linha dura na Inglaterra, não governava com o útero, governava como homem. Por isso escrevi "uma mulher que governasse com o útero, jamais faria a guerra!





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