Sou mãe
isto me aproxima de Deus
Sou criador e criatura
Meu útero palpita
no útero da terra.
Fecundei. Gestei. Pari.
Animalesca, humana
sagradamente.
Tudo parece o mesmo
mas tudo é diverso
no meu modo de ver
e sentir
jeito mais maduro
fruta madura
que breve transmuta
fruta em plenitude
de sabor cheiro e cor
fruta que alimenta ou fecunda
em adubo.
So calma como vaca de peito cheio,
tenho nas ancas,
o sossego das matronas.
Dei a luz!
A luz!!!
Uma mulher que governasse com o útero
jamais faria a guerra.
Essa poesia eu fiz quando tive o meu primeiro filho, Iago, hoje com 25 anos. Senti mesmo uma saciedade física, no útero. Meu corpo era outro. Minha percepção era outra. Quando ele nasceu, estourou uma guerra na Líbia - 1986. Aí, percebi: mulher não faz guerra, guerra é coisa de homem. Como fazer guerra com barriga, dando mamá, parindo crianças? Margareth Tratcher era mulher linha dura na Inglaterra, não governava com o útero, governava como homem. Por isso escrevi "uma mulher que governasse com o útero, jamais faria a guerra!
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