quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

NOVOS OLHOS PARA O NASCIMENTO

(Foto do Téo recém-nascido, filho da Geozelli, tirada pela Kalu Brum)

O nascimento segundo

A ANTROPOSOFIA

Os princípios da Medicina Antroposófia são baseados no pensamento de Rudolfo Steiner, criador da Antroposofia. Considera o ser humano como um ser anímico, espiritual, que veio a esa vida cumprir uma etapa evolutiva. Dentro dessa visão de um espírito em evolução, o nascimento de um novo ser sria o nascimento de uma individualidade. O ser humano tem a possibilidade de fazer as suas escolhas, diferente dos animais, que agem o máximo com reações de antipatias e simpatias. Essa capacidade de fazer opções é a característica do seu “EU”.

A individualidade influencia a nossa formação embrionária, determinando as características orientadoras da formação da nossa corporalidade. Os processos que acompanham o nascimento são vários, apontados pela Antroposofia. O primeiro processo seria a perda da proteção de todos os envoltórios que o ser humano encontra: o líquido amniótico, membranas, o útero, as vísceras da mãe, a proteção óssea do osso ilíaco e a parede abdominal da parturiente. No nascimento, tudo de repente desaparece. De um momento para o outro, este ser está em um ambiente totalmente desconhecido.

A respiração faz parte do primeiro contato do recém-nascido do interior com o exterior. A mãe era quem fazia esse contato com o mundo externo durante o período intra-útero. A cada inspiração, fazemos um elo de ligação entre o interior e o exterior. Cada inspiração equivale a um pouco de encarnação, ao trazermos a nossa alma mais para dentro da nossa corporalidade. Cada expiração equivale a um pouco de desencarnação, ao expirarmos nossa alma. Outro fenômeno importante é a experiência calórica. Durante a vida intra-uterina, o nenê se mantém no ventre materno, onde a temperatura é de 37 graus, como uma estufa. Após o nascimento, a temperatura do mundo exterior geralmente cai para 22 graus, provocando um choque térmico. Como pessoas humanas, temos de harmonizar e manter o equilíbrio do nosso corpo em 37 graus, compensando o processo de frio e calor do nosso organismo.

A criança, quando nasce, reage a todas essas influências desagradáveis como um grito de protesto, desagrado, um choro de dor. O parto, dentro da visão antroposófica, implica em vivências importantes para o ser humano, de espaço, de tempo, de dor, de gravidade. Cabe ao obstetra e à família criar condições favoráveis para o nascimento. O obstetra não pode ser uma pessoa cujo propósito se esgota em concluir o parto o mais rápido possível, a fim de ter como resultado um “bem formado conjunto de células com boas funções vitais, denominado ser humano”, mas deve se sustentar na consciência de aqui se realiza um processo de nascimento de uma alma espiritual, originária das amplitudes cósmicas, que, no ato de nascer, se introduz em uma corporalidade física, cuja formação se iniciar decisivamente antes do nascimento. Quanto mais intensamente se tiver formado uma tal atitude interior durante a gestação, tanto mais propício se processará o parto, tornando-se uma vivência feliz e harmoniosa para todos os envolvidos. O obstetra deverá estar empenhado em proporcionar um ótimo início de vida terrestre, no sentido de boas funções vitais. Não deve desprezar a tecnologia, mas sem deixar que ela subjugue o ser humano.

(Artigo do obstetra Marco Aurélio Valadares – publicado no Jornal Bem Nascer nº 3 de 2004) www.nucleobemnascer.com.br

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