quarta-feira, 23 de junho de 2010

GESTAÇÃO E PARTO SEGUNDO TOMIO KIKUSHI


No segundo Jornal Bem Nascer, publicado pela ong em 2003, fiz uma entrevista com o introdutor da Macrobiótica no Brasil, o japonês Tomio Kikushi. Atualmente, ele mudou o nome para Auto-Educação Vitalícia. Dirige o Instituto Princípio Único, em São Paulo e é autor do livro Parto Natural Independente, que defende o parto em casa, junto aos familiares. Divido com vocês alguns trechos da entrevista:

"P: Como é o parto no Japão?
R: Igual ao parto indígena, de cócoras.

P: Como é o parto ideal?
R: Com a parteira ou a sogra. Família normal, as três gerações. Familiaridade e solidariedade. O ambiente ideal é em casa.

P: Quais são as sequelas físicas e psicológicas da cesariana?
R: É crime. Não é normal. A gestante vai sofrer as consequências podendo gerar um futuro câncer e prejudicar a função mamária. Quem nasce de cesariana, vai sofrer. Ele não nasceu, foi retirado, agressivamente. Pior que terrorismo, horrorismo. O parto é fertilidade. Parto com música, com festa, sem sofrimento, realmente encantador. Resultado da cesárea: crianças horrorizadas, consequência da anormalidade. Por que Jesus Cristo tem valor? Porque nasceu normalmente, em lugar simples, com os bichinhos, na simplicidade. Na cesariana, a criança está no escuro e de repente se depara com muita luz, instrumentos cirúrgicos e está sendo retirada.

S egundo Kikushi, a alimentação está diretamente ligada a um parto natural. "O sangue carregado de muitas acumulações provoca inchaço, pé pesado, pressão baixa ou alta, pé frio, cabeça quente. Pé inchado é resultado do uso abusivo do sal, consumo anormal de líquidos. Voltar à normalidade é o foco da mensagem."

"Ao invés de parto natural, prefiro usar parto normal. O que chamam de parto normal é anormal. Chega-se ao parto normal com normalidade e regularidade.
Alimentação anormal, parto anormal."

P: A mulher moderna está preparada para um parto normal?
R: Quando controla a função da boca, o reto funciona normalmente. Entrada e saída normal. Quem come sem fibras, só coisas refinadas (massas) e não mastiga, fica com intestino preso, carregando o dia todo cocô na barriga, gerando hemorróida sanguinolenta. O parto é um fenômeno fisiológico, não patológico, é como fazer cocô, é gostoso, é um momento de satisfação".

Aproveitando a lembrança das palavras de Kikushi, vou transcrever aqui uma Receita de Missoshiru, contribuição da advogada e adepta da Auto- Educação Vitalícia, Juliana Guedes, uma das pessoas que ajudaram a ong em seus primeiros dias.

RECEITA DE MISSOSHIRU DE LEGUMES

No início do trabalho de parto, e bom a gestante se alimentar, tomar uma sopa de inhame ou missoshiru, feito com a pasta de soja (missô), que pode ser adquirida nos entrepostos naturais. O missô é um alimento fermentado, leve e de sabor agradável, muito rico em proteinas e enzimas e que ajuda a restaurar a flora intestinal.
Como fazer?
Pegar 100g de inhame, 100g de cenoura, 100g de nabo ou chuchu. Cortar os legumes em rodelas, refogar com um pouco de óleo, colocar água e cozinhar. Ao final, temperar com missô. Pode-se usar quaisquer legumes ou verduras. Obs: o missô não deve ser fervido, pois perde suas propriedades.

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