Esta é Juliana Guedes, que ajudou a ong a acontecer em seus primórdios. Tem três filhos, todos partos domiciliares.
Embaixo, minha irmã Alice com seu querido filho e meu sobrinho, Gabriel e
a Rita, logo após o nascimento do seu nenê, num parto em casa,
assistido pela enfermeira obstetra, Mirian Rego.
AQUI
ALGUNS POEMAS
QUE GESTEI
ENQUANTO GESTAVA MEUS
FILHOS...
UMA HOMENAGEM
A TODAS AS MÃES...
Você me liberta
me educa
e me ensina
sem nada dizer
sem nada pregar
apenas sendo
e nascendo de mim
e de mim sugando
e em si vivendo.
Bendita a seiva de todos os ventres!
Bendita a sede de todos os filhos!
Bendito o amor de todas as mães!
Quando sorri
feliz aos meus afagos
e ao contato da água
líquido amniótico
sua inocência me contagia
e fico falando besteira
pulando feito palhaço
só prá ele rir
e ele ri e ri e ri
gargalho também
e nada existe além da alegria
Suas lágrimas jorram em mim
e me comovem
Seu grito ressoa no meu corpo
e ecoa pelas extremidades
Sua dor é minha.
Meu corpo ainda não sabe
que você não é ele
e hormônios e glândulas e sangue e ar
Ele ainda não sabe.
Supero a própria morte
e obstáculos e o sinto latente
falando sem palavras
chorando sem soluços
rindo sem gargalhadas.
Tudo dentro de mim.
Bendita sois entre as mulheres
porque pariu a luz.
Bendita sou entre as mulheres.
porque pari meu filho.
Bendito o fruto do vosso ventre.
Benditos os frutos de todos os ventres.
ÚTERO DE LUZ
Sou mãe, isto me aproxima de Deus.
Sou criador e criatura.
Meu útero palpita no útero da terra.
Fecundei. Gestei. Pari.
Animalesca, humana, sagradamente.
Tudo parece o mesmo
mas tudo é tão diverso
no meu modo de ver e de sentir.
Jeito mais maduro
fruta madura
que breve transmuta
fruta em plenitude de sabor e cheiro e cor
Fruta que alimenta ou aduba.
Tenho nas ancas o sossego das matronas.
Dei a luz! A luz!
Uma mulher que governasse com o útero
jamais faria a guerra!
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