sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

NASCERAM MAIS DUAS CRIAS DA BEM NASCER!


Transcrevemos aqui dois relatos de parto: da Lina e da Juliana.

O NASCIMENTO DE DARA

Nas últimas semanas da gestação eu já estava bem ansiosa, ja tínhamos completado 41 semanas e a obstetra do plano de saude, com quem fiz o pré-atal já estava fazendo pressão para agendarmos uma desnecesárea.

Daí, fui para o Sofia conversar com o pessoal de lá. Conheci o Dr. Hemmerson Magioni, um médico humanizado do Núcleo Bem Nascer e que atende no Hospital Sofia Feldman, que logo me perguntou por que eu queria ter nenen ali, uma vez que tinha plano de saude.

Daí, contei pra ele que tinha feito Yoga com a Fadynha no Rio de Janeiro, mostrei meu plano de parto e que a Fadynha tinha me recomendado o Sofia como um hospital excelente. Eu disse que queria muito um parto natural na Casa de Parto.

Ele disse que estava tudo bem, que pelo ultrassom de 40 semanas ainda podíamos esperar bastante (que tinha uma diferença de uma semana entre a data da última menstruação e o primeiro ultrassom) e que, em último caso, como eu queria muito um parto normal, podíamos usar técnicas de indução antes de partir pra cesárea. Isso me tranquilizou muito. Ele também me contou sobre a ONG Bem Nascer (www.bemnascer. com.br), um grupo de mulheres que tiveram partos naturais, belíssimos e transformadores, que se reuniam no Parque Municipal e no Parque das Mangabeiras para compartilharem suas experiências de parto. Elas também fazem um chá de bençãos para as mamães que estão perto de ganhar seus nenês.

Daí, liguei para as meninas da ONG (pra Geozeli, que organiza tudo) e ela logo me encaixou no próximo chá, com a Lina, que estava grávida da Ana Flor. Elas fizeram escalda-pés na gente, massagem e nos contaram como foram seus partos no Sofia Feldman e na Maternidade Santa Fé (particular, com os médicos do Núcleo Bem Nascer). Partos na banheira, de cócoras, de quatro, no chuveiro, todos do jeito que as mamães se sentiam mais confortavéis e seguras. E levaram seus filhos, uns bebês lindíssimos, fortes, aquelas crianças que olham você nos olhos, intensas e espertas. Sabe... Saí de lá renovada e confiante. Isso era sexta-feira. No sábado fui a Roda do Parque Municipal e ouvi mais relatos de parto e conheci mais mulheres, fortes e seguras de suas formas de parir, com seus lindos nenês. Pronto, a parte emocional já estava fechada, me sentia hiper-segura para dar a luz a Dara.


Na segunda-feira, fui a uma consulta com o Dr. Hemmerson e ele perguntou se eu queria que ele descolasse minha bolsa. Eu disse que sim. Logo depois desse procedimento comecei a sentir as contrações e a dilatação, que era de 2 cm, foi pra 3 cm. Fiquei super feliz, senti que logo logo minha bebê ia nascer.

Fiquei em casa até tarde, fazendo a série de Yoga do terceiro trimestre, demorando bastante em cada exercicio. Depois fui dar uma caminhada pelo bairro e no fim da tarde eu, minha mãe e minha amiga, que ia para parto comigo, nos sentamos para assisitir o filme "Orgasmic Birth" que o médico tinha me emprestado de dia.

Quando o filme acabou estava contando 3 contracões a cada 10 min. Daí, resolvemos ir pro Sofia. Isso era umas 9h da noite. Quando cheguei lá, a enfermeira obstetra que estava de plantão era uma moça chamada Renata, que também estava grávida, de 4 meses. Quem estava ajudando era uma enfermeira de Porto Alegre, chamada Lúcia, que veio em BH conhecer o Sofia. A Renata me examinou e contou uma contração a cada 10 min. e 3 cm de dilatação. Disse que eu não estava em trabalho de parto, ainda, e que naquela situação ela não iria me internar, pois podia demorar horas ou dias para entrar em TP, nao havia como saber. Me disse pra ir lá pra fora da Casa de Parto e caminhar por 2 horas. Depois disso, me examinaria e decidiria se eu ia pra casa ou ficava lá.

Como eu queria muuuuuuiiiitooo que minha bebê nascesse naquele dia, fui para o estacionamento do Sofia Feldman e comecei a caminhar em ritmo acelerado. Acho que devo ter dado umas 70 voltas no estacionamento. Meu cunhado disse que só faltavam aquelas faixinhas na testa de maratonista de São Silvestre... Enquanto caminhava via outras gestantes pelo caminho, sentadas e se contorcendo com as contrações. Daí, chegava perto delas e dizia: Vamos lá, vamos caminhar!!! Nós formamos uma turma no estacionamento do Sofia. E eu lembrei da aula de parto, quando alguém
dizia: Ai, lá vem a contração!! Eu dizia: rebola!! daí todas nós rebolavámos, ficávamos de cócoras, pra apoiar a colega que estava
em contração. Foi ótimo, no outro dia nos encontramos lá dentro no Hospital e dizemos, viu! rebolar funciona!!

Eu caminhei uma hora e meia e voltei pra Casa de Parto. Falei com a Renata e ela disse: Muito bem, agora deita por meia hora que eu ja vou te examinar. Quando deitei, comecaram a vir as contrações fortissimas, 4 a cada 10 minutos. Quando a Renata me examinou novamente estava com 5 cm. Ela disse: Parabéns, seu nenê vai nascer hoje!! Eu comecei a chorar!!


Daí, ela pediu para a Lúcia me colocar no chuveiro e eu fiquei lá, abraçada numa bola por umas duas horas. Foi uma delícia. Quando a contração vinha eu empurrava a bola, ficava como se fosse espreguiçando em cima dela. A água estava bem quente e me ajudou muito a relaxar. A Lúcia perguntou se queria que fizesse massagem em mim. Daí, pegou óleo e ficou massageando minhas costas, na parte mais baixa, apertando os pontos que aliviavam a dor. Ela foi um amor, muito atenciosa e companheira. Me deu muito apoio todo o tempo. Quando saí do chuvei, estava com 7 cm de dilatação. Foi aí que a Renata foi fazer minha ficha de admissão na Casa de Parto, pois tudo tinha acontecido rápido demais. Ela olhou meus exames e viu que estava faltando o exame de avidez de toxoplasmose que tinha feito no primeiro trimestre da gestação. Eu tinha esquecido de levar. Ela disse que assim não podia fazer meu parto na Casa de Parto, que eu estava fora do protocolo. Para ter o nenê lá você tem que estar com todos os exames ok, sem nenhum risco. Disse que teria que me transferir para o Hospital, mas que ela iria comigo, que faria o parto da minha bebê e que ia levar música, ia deixar tudo bem tranquilo pra gente lá. O plantão dela já tinha até acabado, mas mesmo assim ela ficou comigo pra fazer o parto.

Nós subimos para um box do Hospital, mais ou menos às 5h da manhã. Quando chegamos lá, eu estava com 8 cm. Nesse momento, eu senti muita dor, foi somente nessa hora, até chegar aos 10 cm que senti dor realmente. Eu gritava muito, bem alto, igual bicho, mordia o travesseiro e apertava a barra de ferro da cama.


A Lúcia levou um aparelho de som que tocava umas músicas lindas, bem tranquilas e eu comecei a me sentir bem a vontade, mesmo estando no Hospital. A Renata então perguntou se eu queria anestesia. Eu disse que podia ser... Ela se virou pra trás e quando virou novamente pra me ver disse: Ih, nao vai dar tempo não... Teu nenê já tá nascendo. GENTE, 10 cm aqui!!! Ela gritou lá pra fora.


Daí, chegou no meu ouvido e disse: Juliana, agora quando a contração vier, ao invés de gritar esse grito, você faz força pro seu bebe nascer! Eu acho que eu olhei pra ela com uma cara de pavor nessa hora porque pensei, caramba!!! ela vai nascer mesmo, eu vou ter uma filha!! Meu deus!! Ela, quando viu minha expressão, só disse assim, sorrindo: é, faz força pro teu bebê nascer!!! Eu senti muita confiança no olhar dela nesse momento e quando veio a contração fiz bastante força. Às vezes, queria fazer força mesmo sem contração, daí a Lúcia dizia: espera...

Eu não senti dor no período expulsivo. O que senti foi medo... Medo de dar a luz a uma vida, outra vida tão complexa quanto a minha própria, cheia de questionamentos, contradições, desafios... Será que eu ia dar conta de ajudar essa pessoinha a trilhar seu caminho no mundo? Juro que me passou tudo isso pela cabeça nesse momento, e por incrível que pareça, pra valer mesmo, foi só nesse momento que encarei essa realidade de fato... E no olhar das meninas, da Renata e da Lúcia, eu recebia uma enxurrada de confiança, num sorriso aberto que espantou pra longe todos esses medos..


Com umas 5 ou 6 forças que fiz, ela nasceu. No começo, a Lúcia disse: que gracinha, ela é cabeluda!! Depois disse: Olha só, é bochechuda tb!! E eu lá, morrendo de curiosidade! !


Quando ela estava de fora, logo a colocaram no meu colo, eu já dei o peito pra ela mamar e ficamos lá juntinhas (como estamos até hoje :D). Eu lembro que a primeira sensação de ter ela nos meus braços foi bem estranha, parecia que eu estava abraçada num peixe... Daí, olhei bem pra ela, aquela carinha que eu nunca tinha visto, nem nunca imaginado que seria daquele jeito, uma experiência completamente nova, única, que não parece com mais nada que pode acontecer na vida de uma pessoa e vi que era minha filha! Beijei ela toda, disse que a amava muito e que estava muito feliz de ela estar ali, de ter nascido. Ela ficou bem quetinha, me olhando, uns olhos bem abertos, pretinhos e brilhantes.

Daí, a Renata chamou minha mãe pra cortar o cordão e minha irmã levou o nenê para pesar e colocar roupa. No Sofia, eles não dao banho no nenê no mesmo dia, só no dia seguinte. Daí, ela voltou e nós dormimos juntas, na mesma cama, quase o dia inteiro. Ela já comecou a mamar nesse dia, puxou bastante o peito e como as enfermeiras me instruiram, eu deixei ela sugar o quanto queria. Ela ficou no meu peito umas 3 horas seguidas, acho que foi por isso que o leite desceu bem rápido e em bastante quantidade, como é até hoje. Sempre deixo ela mamar o quanto quer, na hora que quer, sem estipular horários ou duração.

Foi muito bom ter tido ela no Sofia, mesmo no Hospital. Com certeza, o Sofia Feldman é a melhor maternidade de Belo Horizonte e, provavelmente, do Brasil. Se em cada capital brasileira, e se possível, cada grande cidade do país, tivesse pelo menos um Sofia Feldman, com certeza teríamos uma nova geração de brasileiros muito mais saudáveis, espertos e felizes daqui a alguns anos.
Assinado: Juliana

E NASCEU ANA FLOR

Meninas, mulheres guerreiras e poderosas!

É tão bonito isso que vocês fazem (Roda Bem Nascer/lista da Internet), não tem nada tão grande no mundo! Um círculo de mulheres, a união e a busca do sagrado feminino, de força, tão bela e tão urgente no nosso mundo! Fiquei encantada com o trabalho e a atenção de todas, desde o primeiro momento, em todas as minhas dúvidas e angústias, em todas as minhas alegrias e expectativas, vocês me presentearam com o momento mais
mágico da minha vida! Sim, fiquem cientes de que vocês são as grandes responsáveis por eu ter vivido momento tão intenso e imenso! E a única forma de retribuir a isso, é dando sequência ao ciclo, amparando e encorajando mais mulheres, e isso tudo é tão lindo... me emociono muito de participar deste movimento!

Meu parto foi a coisa mais linda! Fiquei muito realizada de viver este momento! Todas as pessoas que estavam comigo foram espetaculares, e não canso de dizer o quão importante foi a presença da Mari (a doula Mariana). Com suas massagens, com todo o seu arsenal de métodos que fazia, por hora, minha dor sumir! Cada momento era uma descoberta, uma posição ou um movimento que eram perfeitos analgésicos naturais. Mas fundamental mesmo era o mais simples, o mais sutil que ela podia ter feito por mim, que era retribuir meus olhares de desesperos e descrença em mim mesma, com o olhar mais sereno e me encorajava: você está indo muito bem! Você esta ótima! É isso mesmo, vamos lá! Inexplicável. .. o conforto que me passava. O Rafa também foi lindo, nada como nosso porto seguro, nosso homem, nosso amor. O carinho que só ele pode dar, o amor que é só nosso... e agora de mais uma flor! Mas não desconsidero o papel que é nosso, de estar firme do início ao fim, de um processo longo, cansativo e muuito dolorido, mas a certeza de que o momento final é compensador, que viver por inteiro o momento da passagem, da chegada e estar firme pra pegar e acariciar e abraçar muito nossa cria, não tem trabalho de parto que não compense!

Meus pais chegaram de surpresa! Hahaha eu não queria que eles fossem, nem avisei minha mãe que tinha ido pra maternidade, mas ela ligou
às 9 da manha (estava lá desde 1 hora da madrugada), me descobriu lá e foi toda feliz, achando que chegaria na hora certa, veria a netinha dela recém chegada ao mundo! Mal esperava que ainda teríamos 6 horas de trabalho de parto! Mas na horaque ela chegou, eu já estava tão entregue àquilo tudo que não teria como me desviar do caminho, pelo contrário, chegou com energia nova recarregando o lugar com muita serenidade e paciência! Ficou super comportada, ela e meu pai também e vejo como foi um presente para eles, viverem esse momento juntos comigo, o tanto que crescemos neste momento, o tanto que me prezam por ele! Eles que estavam muito receosos com o Sofia Feldman, custaram a aceitar que seria lá mesmo, saíram
de lá fazendo propaganda, impressionados com o lugar! Assim como eu, se já esperava muito de lá, agora tenho a melhor lembrança que poderia ter! O
tratamento que todas as pessoas têm umas pelas outras, a atmosfera daquele lugar é incrível! Muito especial!Fui atendida no primeiro momento pelo Edivam e depois chegou a Elis Regina, os dois maravilhosos, uma doçura e um carinho sem igual! Por coincidência o João Batista (GO que me acompanhou nas ultimas semanas da gravidez) estava de plantão, e participou do expulsivo cantando e me dando a mão do lado da banheira!Foi tudo muito lindo! Minha princesa é a paz em pessoa, dorme muito, super calminha... delícia, num tem nada melhor no mundo não...muito obrigada a todas mais uma vez!
bjoos! Lina, mãe da Ana Flor, que nasceu com 48 cm, 2 650g e agora já tá com 2700g!
é muuuuito leite! to doando já! hihii

Assinado: Lina

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