terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A ÁGUA É QUEM LEVA A CULPA!

(Cachoeira Pedra Molhada - em Carmo do Rio Claro)

Vendo a água descendo poderosa, arrasando cidades inteiras, vidas submersas decidi dar a voz ao agrônomo Hiroshi Séo, que escreveu no livro "Manual de Agricultura Natural - Unidade da Vida" (a minha edição é do Círculo do Livro) onde ele fala sobre A ÁGUA.

" Sou cerca de 70 por cento da superfície da Terra. Às vezes sou rio, sou lago, sou mar. Com o calor do Irmão Quente me transformo num fantasma vaporoso e leve - flutuo por sobre os mares, lago e rios até onde a Irmã Invisível me carrega. Quando chego ao continente e me deparo com uma montanha, devo subir, mas lá em cima faz frio e me condenso, e agora me transformo em chuva.
Um pedaço de mim vai penetrando pelo solo até encontrar uma cama g eológica impermeável, então me chamam lençol freático, posso ser útil ao homem sob a forma de poço ou apresentar-me como linda fonte de água mineral.
Infelizmente, há homens que não conhecem muito sobre a Unidade e deixam o solo exposto - deixam-no nu. Quando eu bato nele em forma de chuva, eu o impermeabilizo e formo as erosões.
Antes de aparecer o homem explorativo, eu nunca sujava os rios. O pior é que sou obrigada a carregar para o rio a parte mais fértil do solo. Juro que não sou culpada disso. Comecei até a causar catástrofes para os "bípedes sapientes". Toda essa terra solta acaba se precipitando, mas aumentando a largura. Então, eu causo enchentes.
Na verdade, a culpa não é minha. É culpa da ignorância dos "sapientes" - e o pior é que quem paga normalmente são os que não têm culpa. Sou um enigma: apesar de todos me conhecerem física e quimicamente, ainda não deixei de exercer certo fascínio sobre todos os seres vivos, pois estou presente neles também, em cerca de 70% do seus corpos. Sou simples, humilde, gratuita, mas ninguém vive sem mim.
Pena que agora quase todos os rios estejam sujos. Antes da Grande Ganância eu era sempre linda, crisalina, cheia de vida, potável. Agora, por um copo de mim já se paga caro... é uma pena.
Adoro brincar de girar pequenas rodas d´água, que não abalam o ecossistema e não concentram poder. Aliás, fui criada também para servir ao homem. Eu poderia gerar luz em pequenas hidrelétricas regionais, sem a concentração monopopista das "Maiores Hidrelétricas do Mundo" -um orgulho bseta, porque cada usina destas causa, indiretamente, enorme prejuízos sócio-econômico-ecológicos, em prol de alguns.
Durante milhares de anos, escolhi cuidadosamente meu caminho. Se hoje estou fluindo aqui, é porque fui escolhendo os lugares mais baixos, solubilizando as rochas mais fracas. De repente, alguns "especialistas" ousam modificar minha rota e me prendem em barraganes enormes. Sou obrigada a inundar imensas áreas, a desalojar animais, a criar fogos de parasitas, a expulsar pequenos agricultores, a modificar todo um ecossistema. Por quê? Para ser a "Maior Usinona do Planeta". Para quem?
Se durante milhares de anos escolhi cuidadosamente a minha rota, não foi à toa não. Quando me prendem, não percebem o mal que fazem: 1 metro cúbico de mim pesa 1 tonelada, as estruturas geológicas subterrâneas lobo abaixo de mim foram projetadas para suportar um rio que corre, e não um enorme lago parado. O que acontece com as tensões tectônicas? O que acontece com as acomodações?
Os pequenos "especialistas" querem saber mais que o Grande Engenheiro, entretanto não respondem às mais inocentes perguntas.

Mas a "compliquite complicosa" contaminou este planeta..". (Hiroshi Séo)

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